“Supplica a mia madre”, poesia di Pier Paolo Pasolini
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Em Mamma Roma, a dramaturgia mordaz de Pier Paolo Pasolini veste-se de paixão e controvérsia e nos aproxima do que eu chamo de realidade sem lacunas, fugas ou resistência.
Sim, uma realidade explícita sem contornos coloridos ou levianos. A sobrevivência desmontada pela marginalidade, onde as personagens, irrequietas, tentam sobreviver a uma Itália traumatizada e desiludida.
Pier Paolo, egresso poeta, diretor e ateu confesso, provoca uma guerra artística ao experimentar um longa-metragem que critica os dogmas cristãos num preto e branco expressivo.
O teor complexo e perturbador que coloca o expectador em xeque na medida em que usurpa a essência divina e desfila o desmantelamento de valores morais e religiosos.
Um filme intenso, mas ao mesmo tempo humano e irresistível, na sua impossibilidade de passar despercebido.