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Fotografia: Allan Teger |
Como já dizia Schopenhauer, “o que torna infeliz a primeira metade da vida, que apresenta tantas vantagens em relação à segunda, é a busca da felicidade…”
Bastante razoável, a opinião do brilhante filósofo evidencia a inversão da nossa idéia de felicidade: somos infelizes por querer sermos felizes
pois ainda hoje vislumbra-se por toda a parte a procura assídua e desmesurada pela satisfação. Urgente, instantânea e promíscua.
Com a diferença de que antes uma pessoa poderia julgar-se feliz simplesmente por não ser infeliz, ou seja, por não viver uma vida penosa, por não ter um problema de saúde ou qualquer outra dificuldade. Hoje, porém, os princípios do prazer não mais se acomodam aos singelos padrões de outrora e por isso muitos vivem numa embriaguez melancólica, carentes de algo inatingível.
De forma muito comovente tudo sugere que devemos gozar a todo instante, ejaculando sorrisos, sucessos e posses.
Propõe-se uma realidade irracional onde privações banais se transformam imediatamente em necessidades urgentes e essenciais.
Quais são as suas?