Dançam corpos, ímpetos e medos;
dançam paixões difusas
nas águas confusas
que reverberam como em sustento.
*
Dançam lágrimas de a(pro)fundar,
gozos e vozes
que se derramam atrozes
no mistério que deságua dentro.
*
Dançam mitos e mundos,
dançam ossos
– os deles, os nossos –
ébrios por um hiato de alento.
*
Dançam também as sanidades
e as meias verdades
que emergem por um momento,
para depois naufragar
nessas águas de dançar.