Vivo-te furtiva
habitando um teu indício
como se houvesse outras de ti.
És insígnia do medo e da ternura,
da desordem de vazios vibrantes,
fora, dentro e sempre, da loucura.
*
És o extremo da incerteza,
minha morada
que sob a luz selada
tenta-se enigma na ruptura da leveza.
*
Vivo-te furtiva
para atravessar o insensato
até tudo ser de fato
apenas um teu indício.