Fotografia: Itaciara Poli |
Estou no escuro e começo a ficar inquieta. Há algum tempo, por entre fatos e relatos, venho tateando o progredir sinuoso de pormenores fatais que não param de distribuir desassossego e estimular o pânico entre todos nós.
Tal sensação deve-se ao fato de uma bruma escura, de ares apocalípticos, chamada “Crise Econômica Mundial”, que permanece sobre nossas cabeças e nos envolve num clima de puro medo e incerteza.
No último final de semana, jornais de todo o mundo noticiaram manifestações de uma juventude indignada, asfixiada por seus sonhos corrompidos e em tensão com o futuro, como se fosse uma marcha forçada de quem agora deve pagar por nossa anuência à corrupção, por fazermos vista grossa para a impunidade e por tolerarmos toda essa ambição desmedida.
Nesse labirinto fraudulento, o cenário é negro e o contrapeso invariável. É que, no intuito de preservar sua sobrevivência, os governantes atuam consoante às variações de conveniência e assim, de um momento a outro, podem nos assegurar que tudo está magicamente resolvido, ou pelo menos protelado.
Um descaramento implacável.
Sabemos muito bem que os mecanismos e estratégias até agora adotados, abundantes e tenazes em atenuar a porcaria explícita do sistema financeiro global, não só se demonstraram desastrados, como também serviram para aumentar a dimensão do problema.
A fragilidade do nosso presente demanda atenção e há razões sérias para nos preocuparmos.
É claro que as poucas linhas gerais deste post não fazem jus a importância e densidade do tema, mas esboçam apenas a minha apreensão em relação aos dias de hoje.
Que estranho presente é esse?