Fosse capaz de viajar
para longe do mundo que me oferecem,
adiante dos prazeres
onde todos se recolhem
e visitar enganos que se bastam,
deixar-me-ia ficar.
.
Nesse mundo que não é meu
arrancaria palavras
ou raízes dos meus ruídos
uns e outros,
todos talvez, e
deixar-me-ia ficar.
.
Fosse capaz de partir
inocente do perigo,
para fazer brotar da alma
dores que não dizem
a que vem,
deixar-me-ia ficar.
.
Ah, deixar-me-ia ficar
em puro desperdício,
neste ser abstrato
dentro do qual eu verso.